segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A cidade contemporânea

Rem Koolhaas identificava uma inevitável fragmentação das cidades atuais, um deslocamento do centro de gravidade da dinâmica urbana do centro da cidade para a periferia e uma notável criatividade para escapar das regras urbanísticas.
O ambiente "contemporâneo" moderno poderia ser colocado em áreas industriais, na periferia ou em locais mais remotos de cidades novas ou paisagens abertas. Seriam novas formas despidas da nostalgia pós-moderna ou da tábula rasa do moderno, sem teorias pré-concebidas, com um forte desejo de liberdade de uma série de dogmas auto-impostos e uma nova sensibilidade para as qualidades do ambiente circundante.
Para o arquiteto, a "pureza" buscada pelos modernos provocou problemas de desorientação na escala da cidade, uma devastação dos centros históricos das cidades. O automóvel mudou o ritmo da vida nas cidades, a escala do carro prejudicou o pedestre.
Observou também uma inversão da realidade hierárquica nas cidades: casa simples - cidade complexa. Atualmente, vê-se uma negligência da complexidade nos projetos urbanos modernos. Essa complexidade identificada nos projetos arquitetônicos e a simplicidade quase infatil dos projetos urbanos para ele só foram modificadas por Wright, com sua Broadacre City, quando compreendeu a complexidade da vida cotidiana.
Diferente de Aprendendo com Las Vegas, de Robert Venturi, Koolhas dizia que era necessário intensificar e tornar inteligível a condição "neomoderna" atual, com a provisão de vazios urbanos, contrastanto com a ocupação mais densa. Um projeto urbano deveria ser composto do urbano e seu justo oposto, da ordem e desordem, da continuidade e descontinuidade. Apontou nas cidades contemporâneas um desejo de "tapar" os vazios urbanos.
Para ele, uma parte dos urbanistas simplesmente ignorou ou resistiu corajosamente à cidade. Outra parte, emuma direção oposta, simplesmente desistiu de reconstruir a cidade. Perdeu-se o poder e a capacidade de agir sobre e com a cidade. Koolhaas afirma que há um quadro de ilusão de poder desligada de qualquer eficácia operativa e de despreocupação com toda reivindicação de eficácia operativa.
Fez algumas críticas ao urbanismo moderno,devido à sua monotomia e irresponsabilidade, produtos da falta de inventividade e criatividade, à cegueira acerca das delicadezas e peculiaridades de cada diferente contexto e às suas restrições tipológicas (algumas práticas modernas não podiam ser adaptadas a certos padrões).

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