terça-feira, 6 de outubro de 2009


Rem Koolhaas


Para entender os projetos deste arquiteto, é necessário antes, conhecer um pouco de sua vida.
Remment Lucas Koolhaas, mais conhecido como Rem Koolhaas, é um arquiteto holandês pós-moderno, fascinado pelo poder mítico de Nova York, cidade que, segundo ele, resumiria e exageraria muitos aspectos do caráter do país.
É professor de Arquitetura e Desenho Urbano na Universidade Harvard. Koolhaas estudou na Nederlandse Film en Televisie Academie (Academia Neerlandesa de Cinema e Televisão), em Amsterdam. Em 1968 começou a estudar arquitetura, na Architectural Association School of Architecture, em Londres. Em 1972 prosseguiu seus estudos na Cornell University em New York.
Começou a chamar a atenção do público e da crítica a partir de 1975, quando, juntamente com os arquitetos Madelon Vriesendorp (sua esposa), Elia Zenghelis e Zoe Zenghelis fundou em Londres, o OMA - Office for Metropolitan Architecture e, posteriormente, a sua contraparte orientada para a pesquisa, a AMO, atualmente baseada em Rotterdam. Mais tarde, juntaram-se a eles Zaha Hadid, uma das alunas de Koolhaas, e outros parceiros como a Columbia Laboratory for Architectural Broadcasting.
Sua produção bibliográfica é extensa, e tem entre diversas obras consideradas relevantes para o pensamento do espaço social posterior à década de 1960. Koolhaas faz análises do urbanismo da pós-modernidade (ainda sem nome melhor) das formas de co-habitação humana caótica. Para tal, firma o conceito do JunkSpace, descrevendo uma entrada de check-in em um aeroporto qualquer: uma cena com vidros blindados, paredes com frisos em gesso, orquídeas indonésias e um estofado de latex chinês. Uma de suas frases mais famosas é "Coelho é o novo bife." São leituras determinantes, especialmente o livro S,M,L,XL, em colaboração com o designer Bruce Mau e o já citado Delirious New York.
No seu artigo "A cidade contemporânea", observou a existência de uma fragmentação, de um deslocamento espontâneo do centro para a periferia nas cidades, um certo padrão de periferização a grandes empreendimentos imobiliários no cruzamento de grandes cinturões rodoviários intermunicipais.
Identificava nessas áreas uma beleza não reconhecida. Seus estudos se situavam na margem oposta às propstas pós-modernas de Colin Rowe (cidade-colagem), de Aldo Rossi (cidades analógicas), de Leon Krier (reconstrução da cidade européia). O seu interesse estava na continuidade ao projeto moderno, introduzindo revisões a este. Descende do construtivismo russo, do movimento moderno, porém excluindo o programa de reformas sociais.
Rem Koolhaas é um dos arquitetos que mais fez experiências formais baseadas no construtivismo. Ele explorou o legado surrealista, seguindo os passos de Rossi. Sua obra é um manifesto em prol de uma nova era do "manhathanismo" na forma de uma doutrina explícita que transcende a ilha original e reinvindica para si um lugar entre os urbanismos contemporâneos. Era favorável à idéia de remodelar sem destruir a cidade pré-existente.

A cidade contemporânea
A cidade genérica
Experiências urbanísticas

Início
Bibliografia









segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Bibliografia

KOOLHAAS, Rem.  La ciudad genérica. Editora Gustavo Gili. Barcelona, 2007.
KOOLHAAS, Rem. Conversa com estudantes. Editora Gustavo Gili. Barcelona, 2007.
KOOLHAAS, Rem. Urban Projects (1985-1990). Colege D'Architectes de Catalunya. Barcelona, 1990.
MONTANER, Joseph Maria. A modernidade superada: arquitetura, arte e pensamento do século XX. Editora Gustavo Gili. Barcelona, 2001.
NESBITT, Kate (org). Uma nova agenda para a arquitetura: antologia teórica 1965-1995. Cosac Naify. São Paulo, 2006.

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A cidade genérica

No seu livro, A cidade genérica, Rem Koolhaas compara as cidades contemporâneas aos aeroportos, isto é, todas seriam iguais. A identidade das cidades deve derivar da substância física, do histórico do contexto, do real.
A cidade genérica possuiria um estilo livre. Os vazios seriam as peças edificatórias essenciais desta cidade.
O movimento pós-moderno, para ele,, seria o único que conseguiu conectar o exercício da arquitetura ao exercício do pânico. Seria um método, uma mutação da arquitetura profissional que produz resultados eficientemente rápidos comoqye para seguir o ritmo de desenvolvimento da cidade genérica. A resistência ao pós-moderno seria anti-democrática neste sentido.

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Experiências urbanísticas

Plano para Melun-Sénart

Projeto de 1987, definiu-se onde não seria construído, ou seja, pensou-se primeiramente nos vazios (espaços de paisagem natural). Os edifícios de grande densidade poderiam ser importantes instrumentos para contestar ou mesmo resistir à expansão de qualquer cidade. Neste projeto, Koolhaas ressaltou a necessidade de se fazer edifícios sem finalidades específicas, como acomodações permanentes de atividades provisórias.




Plano de reurbanização de Bijlmermeer

Projeto de 1986. As ruas e garagens separavam as pessoas de suas casas. Essa análise mostrou a força e a intensidade dos espaços abertos. As rodovias, garagens, escolas e estádios seriam as ilhas de áreas verdes. O projeto trouxe também uma articulação a um arcabouço central de novos serviços. A cidade, nessa nova concepção, seria definida não pleos espaços construídos, mas pelos seus espaços vazios. Seriam arquipélagos construídos, cercados por áreas verdes, resguardados de futuras construções, mostrando já uma preocupação com a invasão da paisagem.



Projeto para  Centro Internacional de Negócios de Lille

O projeto para Lille, de 1988, mostra uma resistência ao espairamento urbano, com uma defesa de construções de altíssima densidade. O arquiteto busca a flexibilidade sem se limitar a uma função específica.





A cidade contemporânea

Rem Koolhaas identificava uma inevitável fragmentação das cidades atuais, um deslocamento do centro de gravidade da dinâmica urbana do centro da cidade para a periferia e uma notável criatividade para escapar das regras urbanísticas.
O ambiente "contemporâneo" moderno poderia ser colocado em áreas industriais, na periferia ou em locais mais remotos de cidades novas ou paisagens abertas. Seriam novas formas despidas da nostalgia pós-moderna ou da tábula rasa do moderno, sem teorias pré-concebidas, com um forte desejo de liberdade de uma série de dogmas auto-impostos e uma nova sensibilidade para as qualidades do ambiente circundante.
Para o arquiteto, a "pureza" buscada pelos modernos provocou problemas de desorientação na escala da cidade, uma devastação dos centros históricos das cidades. O automóvel mudou o ritmo da vida nas cidades, a escala do carro prejudicou o pedestre.
Observou também uma inversão da realidade hierárquica nas cidades: casa simples - cidade complexa. Atualmente, vê-se uma negligência da complexidade nos projetos urbanos modernos. Essa complexidade identificada nos projetos arquitetônicos e a simplicidade quase infatil dos projetos urbanos para ele só foram modificadas por Wright, com sua Broadacre City, quando compreendeu a complexidade da vida cotidiana.
Diferente de Aprendendo com Las Vegas, de Robert Venturi, Koolhas dizia que era necessário intensificar e tornar inteligível a condição "neomoderna" atual, com a provisão de vazios urbanos, contrastanto com a ocupação mais densa. Um projeto urbano deveria ser composto do urbano e seu justo oposto, da ordem e desordem, da continuidade e descontinuidade. Apontou nas cidades contemporâneas um desejo de "tapar" os vazios urbanos.
Para ele, uma parte dos urbanistas simplesmente ignorou ou resistiu corajosamente à cidade. Outra parte, emuma direção oposta, simplesmente desistiu de reconstruir a cidade. Perdeu-se o poder e a capacidade de agir sobre e com a cidade. Koolhaas afirma que há um quadro de ilusão de poder desligada de qualquer eficácia operativa e de despreocupação com toda reivindicação de eficácia operativa.
Fez algumas críticas ao urbanismo moderno,devido à sua monotomia e irresponsabilidade, produtos da falta de inventividade e criatividade, à cegueira acerca das delicadezas e peculiaridades de cada diferente contexto e às suas restrições tipológicas (algumas práticas modernas não podiam ser adaptadas a certos padrões).

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